Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz.
PlatãoCerta vez, ainda antes dos meus 12 anos ou pouca coisa depois, uma professora me disse que eu seria uma mulher a frente do meu tempo, por falar coisas que uma criança não falaria, e pensar de maneira logica. Do meu ponto de vista isso só me fez ser a escritora que hoje eu sou, mesmo que muitos não levem a seria a vida de uma blogueira, este é o deposito dos meus pensamentos, assim como minhas agendas e cadernos, ou qualquer papel que me apareça quando eu preciso que algo saia de dentro da minha mente.
Na minha meninice eu mais brincava de bonecas que escrevia, mas em alguns momentos eu já me encontrava com os papeis, alguns dos meus melhores textos foram escritos ainda com 13 anos, e falavam do amor que eu ainda iria viver.
Eu fui a mais medrosa das crianças corajosas. Tinha medo de escuro, mas não de brigas. Tinha medo de barulhos antes de dormir, mas não de correr, tarde da noite, na rua, sozinha. Tinha medo de ficar sozinha, esse nem tem um mas, na verdade até hoje carrego esse medo, um medo não só da solidão momentânea, mas de que nunca encontrasse alguém que compreendesse meus medos o suficiente para seguir comigo.
Sou medrosa, mas mais como adulta do que era quando criança, acho que é porque hoje eu sei que o escuro pode não ter fantasmas, mas pessoas bem vivas decidas a fazer o mal, e que estar sozinha pode ser mais perigoso do que parece e que nem tudo vai ser resolvido porque a minha mãe chegou em casa, mas ainda tenho a sensação com ela de que tudo ficará bem.
Ainda sou menina, uma menina medrosa que tem muita coragem no meio de seus 20 anos, que ainda sonha e teme. No fundo no fundo quem não tem mais medo? Eu ainda tenho medo de olhar no espelho anoite e algo aparecer atras de mim, e daqueles barulhos tão noturnos quanto sombrios, aqueles que antecedem a entrada de um monstro nos filmes, ainda me sinto num desses filmes quando ando pela neblina, são muitas bobagens, tão minhas que chego a ter medo de perdê-las.
Eis meus medos, sofrer, ser traída, ver a morte, minha, dos outros, não conseguir tudo o que eu quero, não dar tempo de sonhar todos os dias, não conseguir fazer a minha parte, simplesmente não fazer parte de nada, são apenas os medos de criança que cresceram junto com ela.
E você? Qual seu medo?
tenho pavor de corpos humanos sem vida, é a coisa mais triste e deprimente que já vi. E tenho medo de ter que seguir a vida sem as pessoas mais próximas que eu tenho: minha mãe, minha irmã e meu marido. Tenho medo de morrer sem ter feito tudo que eu queria fazer.
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